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domingo, 28 de fevereiro de 2010


MANANCIAL

da colina de turmalina,
emerge a água cristalina,
ferindo a terra bruta,
com destino traçado,
escorre desenvolta,
quase não se escuta,
a leveza de seus passos,
bendita natureza,
criou livre e solta,
com vigorosos traços,
o mapa da cura da sede,
liquído fundamental.

vem o homem arrogante,
se acha senhor da história,
polui, destrói, contamina.
a mina do tesouro,
como suicídio lento,
consome a própria vida.
se julga dono dos ventos,
chuvas, tempo, espaço,
assina o auto-fracasso,
com tinta inapagável.
prefere o carvão ao ouro,
humano? errante, instável.

chegará o dia apocaliptíco,
que o verde será cinza,
o liquído, granito,
os peixes extintos.
se fartará de lixo,
miséria, dinheiro.
deserto, será todo mar,
inquestionável sua queda,
saciará a fome com vil moeda!

[gustavo drummond]

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